Outubro Rosa

Implantação de leitos clínicos de oncologia, realização de biopsia mamária, ambulatório especial para mulheres lésbicas, implantação de ponto de atendimento para o HPV (Vírus do Papiloma Humano) destinado a adolescentes de 12 a 17 anos e o pleno funcionamento do Hospital da Mulher. Esses itens foram defendidos, ontem pela manhã, pelo Movimento Outubro Rosa para serem implementados no Hospital da Mulher a fim de desafogar a rede pública de saúde na Capital e assegurar a prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer naquela unidade hospitalar.

A data marcou a abertura oficial da campanha no Hospital da Mulher, bem como a inauguração do Jardim das Vitoriosas, do lado de fora da unidade, como homenagem às mulheres que enfrentaram ou ainda estão em tratamento do câncer de mama.

De acordo com a coordenadora geral do Outubro Rosa no Ceará, Valéria Mendonça, pesquisadora do Instituto Nacional do Câncer (Inca), há um alto índice de mulheres homossexuais com câncer de mama e de útero.

Para ela, um dos fatores que contribuem para isso é abordagem nos ambulatórios, que não são humanizados e afastam as lésbicas do atendimento preventivo. Valéria destaca, também, que, no Ceará, não existem leitos clínicos para pacientes com câncer de mama, portanto nenhum hospital da Capital e Interior tem leito clínico na oncologia.

Inclusão
O Movimento Outubro Rosa reivindica, ainda, que todos os hospitais tenham mamografia inclusiva, para permitir que mulheres cadeirantes também possam fazer o exame.

O diretor do Hospital da Mulher, o médico Rogério Menezes, admite que, atualmente, a unidade não disponibiliza o tratamento para mulheres com câncer de mama.

"O que estava mesmo previsto, desde o início, era o diagnóstico, mas vamos nos preparar para oferecer do diagnóstico ao tratamento, além do apoio, psicoterapia, enfim, tudo que a mulher necessitar", comentou, acrescentando que isso leva tempo. "O hospital foi inaugurado em situação ´sui generis´, sem pessoal suficiente, até por questões políticas", citou.