Libertada, ativista brasileira já sai às ruas de São Petersburgo
Ana Paula esteve em duas cadeias russas, entre 19 de setembro e 20 de novembro
Estadão Conteúdo
A bióloga brasileira Ana Paula Maciel já circula pelas ruas de
São Petersburgo, na Rússia, dois dias depois de deixar a prisão, mas ainda não
sabe o que poderá fazer nos próximos dias e nem quando voltará ao Brasil. Ana
Paula esteve em duas cadeias russas, entre 19 de setembro e 20 de novembro, por
ter participado de um protesto do Greenpeace contra a exploração de petróleo no
Ártico.
Obteve a liberdade condicional sob pagamento de fiança,
custeada pela organização, mas terá de ficar naquele país até o caso ser julgado
e não foi informada ainda de quais movimentos poderá fazer. No primeiro contato
com a família, que mora em Porto Alegre, a bióloga confirmou que passou a
primeira noite fora da prisão na casa da advogada russa, à espera da libertação
de outros companheiros do Greenpeace.
Desde quinta-feira, 21, todos os que foram liberados estão em
um hotel. A mãe, Rosângela, conta que a ligação foi rápida. “Não deu tempo para
ela contar detalhes”, revela. “Mas deu para saber que ela está bem e para
informar que nós também estamos.” Ana Paula recebeu a informação de que a mãe e
a sobrinha Alessandra vão vê-la na Rússia nos próximos dias e, segundo a mãe,
ficou muito feliz.
A data da viagem ainda não está marcada. Em entrevista ao
jornal gaúcho Zero Hora, intermediada pelo Greenpeace, a ativista contou que, na
nova situação, pode escolher o horário de ver televisão e desligar a lâmpada
para dormir quando quiser, o que nem sempre conseguia na prisão. Também
mostrou-se disposta, agradecida à assistência da embaixada brasileira e ansiosa
pelo reencontro com os familiares.
Mesmo considerando ter vivido um período “difícil”, Ana Paula
considera que o que está passando valeu a pena por chamar a atenção para a
exploração e consumo do petróleo, que estaria provocando o aquecimento global, o
derretimento das geleiras e, paradoxalmente, abrindo com isso novas fronteiras
para a exploração. Afirmou que não está arrependida e sustentou que a ação do
Greenpeace foi pacífica e a reação do governo russo desproporcional. Sugeriu,
enfim, que todos façam algo para salvar o Ártico em atitudes muito simples como
as de reduzir o uso do automóvel e de embalagens, sobretudo de plástico.
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