Maré vive sob tensão e medo após ocupação das Forças Armadas

- Ricardo Moraes/Reuters
Há blindados, jipes, e militares armados com fuzis por toda parte
A reportagem da BBC Brasil percorreu ruas das favelas Nova Holanda e Baixa do Sapateiro, separadas pelo valão conhecido como "Faixa de Gaza" - que dividia as áreas controladas, respectivamente, pelas organizações criminosas Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro (TCP). O local costumava ser o ponto mais conturbado do Complexo, numa rotina diária de tiroteios e provocações.
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30.mar.2014 - Policiais militares, com apoio das forças federais, ocupam o Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. Catorze blindados da Marinha e um blindado do Batalhão de Polícia de Choque estão sendo usados na operação. Para auxiliar no processo de ocupação, os agentes vão utilizar o vant (veículo aéreo não-tripulado). Participam da operação 1.180 policiais militares de várias unidades, entre elas o Bope (Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Policiais Especiais), além de policiais da Corregedoria da PM Leia mais Fábio Gonçalves/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Relatos de violência entre membros remanescentes do tráfico e de abusos por parte dos policiais e militares, incluindo excessos cometidos nas revistas às casas, começam a aparecer conforme os moradores se sentem mais à vontade com a reportagem. Sob o olhar constante dos soldados armados, a maioria prefere não falar. E se fala, não diz quase nada, pede para não ser identificado e não permite ser fotografado. Caminhando por ruas com carros incendiados ou com parabrisas estilhaçados por tiros, casas com marcas de bala e blindados de transporte de tropas dividindo espaço com crianças não é difícil entender o porquê do silêncio.
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