Com poucos seios de fora, toplessaço decepciona curiosos
Homens se aglomeraram em torno das poucas mulheres que aderiram ao ato
Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro

Ana Paula Nogueira aderiu ao protesto do topless em Ipanema (Ariel Subirá/Estadão Conteúdo)
Vendedores ambulantes, fotógrafos e curiosos assumidos começaram a se concentrar em frente à Rua Joana Angélica, por volta das 10h, antes mesmo da chegada de qualquer ativista. E não esconderam a decepção quando milhares se converteram em menos de uma dezena. "É propaganda enganosa. Cadê as 8.000 que o Face dizia que teria? Vim aqui para apreciar", admitiu o vigilante Oséias Lobato, de 47 anos.
Quem aceitou tirar a blusa e ficar com os seios nus, foi imediatamente cercada por uma multidão que queria registrar o momento com celulares e câmeras, e ainda teve de ouvir gracinhas dos mais exaltados. "Não entendo por que meu corpo tem que chocar tanto. Quantas vezes isso precisa acontecer para as pessoas começarem a achar natural?", questionava a estudante Carolina Jovino, de 19 anos, que se dizia até assustada.
A cineasta Ana Paula Nogueira, de 34 anos, não parecia preocupada com as reações adversas e chegou a fazer poses sensuais diante dos flashes. "Infelizmente, o Rio ainda é uma cidade muito careta, mas alguém tem que fazer isso para que um dia se torne natural", disse, lembrando a célebre imagem de Leila Diniz quando foi à praia grávida de biquíni, em 1971. "Foi muito comentado na época, mas hoje não choca mais ninguém."
Leia na coluna de Rodrigo Constantino: Peito de fora ainda é revolucionário?

Os amigos Rennan e Victor aderiram ao toplessaço
Como começou - A motivação para o Toplessaço veio da repressão policial sofrida pela atriz Cristina Flores, de 37 anos. Em novembro, ela tirou a blusa na Praia do Arpoador para ser fotografada e divulgar a peça Cosmocartas. Havia pouca gente na praia. Foi abordada por três policiais e obrigada a vestir a blusa. Caso contrário, seria presa e autuada por "ato obsceno".
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