Secretaria de Saúde alerta para o início da vacinação contra o HPV
Terá início na segunda-feira, 10, e vai até 10 de abril a campanha contra o HPV (papiloma vírus humano), principal causador de câncer de colo de útero em mulheres. O Sistema Único de Saúde (SUS) passa a oferecer a vacina para adolescentes com idade entre 11 e 13 anos, nas unidades de Saúde e, também, em escolas públicas e privadas. Em Uberaba, seis mil meninas devem ser vacinadas e a meta é imunizar no mínimo 80%.
A Secretaria de Saúde vai selecionar as jovens nas escolas municipais, particulares e estaduais e a vacina somente será aplicada com a autorização dos pais. A vacina é gratuita e nominal, portanto não poderá ser destinada a outra menina. Caso essa criança não seja vacinada na escola, as doses ficarão disponíveis nas unidades matriciais. A primeira dose será aplicada em março; a segunda, seis meses depois, em setembro, e a terceira e última dose, após cinco anos, ou seja, em 2019.
O HPV é contraído por meio da relação sexual e é o principal vírus responsável pelos casos de câncer de colo de útero nas mulheres. É o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres, atrás apenas do câncer de mama. Segundo dados do Departamento de Vigilância Epidemiológica, todos os anos morrem, em média, 15 mulheres por causa do câncer do colo de útero em Uberaba.
Para o infectologista Alexandre Naime Barbosa, talvez esta seja uma das mais importantes medidas de saúde pública deste milênio. “Por ano, há quase 5 mil óbitos decorrentes do colo de útero. Em 2013, estima-se que mais de 17 mil mulheres tiveram esse diagnóstico. Portanto, é uma doença com grande número de casos novos e a vacina vem, justamente, prevenir o desenvolvimento do câncer de colo de útero. Essa vacina é quadrivalente, pois previne contra quatro tipos de HPV, sendo o 6, 11, 16 e 18. Dois deles, o 16 e o 18, respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero, responsável atualmente por 95% dos casos de câncer no país, enquanto o 6 e o 11 estão mais ligados às verrugas”, explica.
O médico destaca também que a vacina ainda previne as mulheres contra outros subtipos de vírus, em razão da proteção cruzada. “Essa vacina, então, vai conseguir impedir que, no futuro, as meninas imunizadas desenvolvam essa importante doença, que tem grande impacto na saúde pública”, frisa. Mesmo assim, o infectologista alerta para que as pessoas não deixem de usar o preservativo nas relações sexuais, pois esta medida ainda é a única forma de prevenção contra outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como o vírus HIV e sífilis, e até mesmo a gravidez indesejada.
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