Fora do caso, advogado pede habeas corpus para mãe de Joaquim
Um advogado de São Paulo entrou na Justiça na última sexta-feira (6) com um pedido de habeas corpus, na tentativa de libertar a mãe do menino Joaquim Ponte Marques, 3 anos, a psicóloga Natália Ponte. Ângelo Carbone, que não é o defensor instituído pela família da suspeita do crime, alega inocência da psicóloga e constrangimento ilegal em sua manutenção na prisão.
O pedido de habeas corpus foi feito à Justiça um dia após o advogado responsável pelas investigações da morte do menino, Paulo Henrique Martins de Castro, pedir à Justiça a prorrogação da prisão temporária de Natália e do padrasto de Joaquim, Guilherme Longo.
“Até quando ele (delegado) vai pedir isso (prorrogação da prisão)? Mais dois, três anos?”, questionou o advogado. “É um absurdo mantê-la nessa situação, longe do filho, sem poder amamentar. Ela está no regime diferenciado, ela corre risco.”
Carbone afirmou que se motivou a dar entrada com o pedido na Justiça por já ter defendido um caso semelhante, em que uma mulher foi acusada como coautora na morte do filho, morto pelo seu companheiro na época, em Divinópolis (MG).
Segundo a alegação do advogado, que consta inclusive no documento entregue à Justiça, a mãe da criança morta passou três anos na prisão, mas foi posteriormente absolvida. “Se espera que isso não ocorra aqui (no caso Joaquim)”, diz o documento.
De acordo com o advogado, a decisão da Justiça sobre o pedido de liberdade à Natália deve ser divulgada entre esta segunda-feira e terça-feira.
'Ingerência inconsequente'
Para o advogado oficial de Natália, Cássio Alberto Ferreira, a atitude de Carbone foi “inconsequente”. “Teria de ter me respeitado. Um profissional não pode atrapalhar, influir, no trabalho de outro. (...) Atrapalha a estratégia da defesa”, disse.
Para o advogado oficial de Natália, Cássio Alberto Ferreira, a atitude de Carbone foi “inconsequente”. “Teria de ter me respeitado. Um profissional não pode atrapalhar, influir, no trabalho de outro. (...) Atrapalha a estratégia da defesa”, disse.
Segundo Ferreira, a permanência na prisão é, ao menos por enquanto, uma vontade de Natália, que deseja “colaborar ao máximo com as investigações”. “Não posso questionar (o ato de Carbone), até porque é legal, qualquer pessoa pode fazer pedido semelhante, mas não é hora de brincadeira”, disse o defensor de Natália.
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22 de novembro - Imagem mostra Guilherme saindo de casa após pegar o guarda-chuva e voltando após ter ido procurar drogas
Foto: Alfredo Risk / Futura Press
Desaparecimento
O corpo de Joaquim foi encontrado no dia 10 de novembro de 2013, nas águas do rio Pardo, no município de Barretos, vizinho de Ribeirão Preto - cidade onde o garoto morava. Um exame preliminar de necropsia apontou que o garoto já estava morto antes de ser jogado no rio, segundo a Polícia Civil. A causa da morte, porém, ainda não foi confirmada.
O corpo de Joaquim foi encontrado no dia 10 de novembro de 2013, nas águas do rio Pardo, no município de Barretos, vizinho de Ribeirão Preto - cidade onde o garoto morava. Um exame preliminar de necropsia apontou que o garoto já estava morto antes de ser jogado no rio, segundo a Polícia Civil. A causa da morte, porém, ainda não foi confirmada.
Desde os primeiros dias do desaparecimento, as buscas foram concentradas na região do córrego Tanquinho e no rio Pardo, onde o córrego deságua. Na quarta-feira, um cão farejador da Polícia Militar realizou o mesmo trajeto ao farejar as roupas do menino e as de seu padrasto.
A Polícia Civil já havia pedido a prisão preventiva da mãe e do padrasto de Joaquim, mas a Justiça havia negado. No domingo, porém, a Justiça concedeu um pedido de prisão temporária dos dois, válido por 30 dias. O menino vivia com a mãe, o padrasto e o irmão, Vitor Hugo.
No boletim do desaparecimento registrado na Polícia Civil, a mãe relatou que acordou por volta das 7h e foi até o quarto da criança, mas não a encontrou. Em seguida, procurou pelos demais cômodos e na vizinhança, também sem sucesso. O garoto vestia uma calça de pijama com bichinhos quando foi visto pela última vez.

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